Pesquisar este blog

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Queda

... e não há virtude que não se torne vício.
É a sensação confusa de ver-se pelo avesso.
Basta um momento, uma distração, e as pedras já rolam.
A avalanche é quieta, não destrói as casas nem derruba árvores.
É dentro. Basta um passo em falso.
Pois para o pé torcido, não importa qual era o rumo, a intenção ou destino.
O corpo cai e pronto. E se mistura as pedras, despenca na água.
E nem sequer sente o alívio da dor. Não há cortes ou sangue.
Não há, portanto, como saber o que é real.
É esse o impacto que tem a queda: o de um sonho.
Não existem bandagens ou curativos. Existe angústia. E silêncio.
No silêncio me transformo. Agora é a dormência, no lugar da dor.
   

Torno-me, ou melhor, percebo-me, então aquele que nunca quis ser...